Percorrendo os Andes em Bicicleta - Diário de bordo do site www.qhapaqnan.net - Textos e fotos: Manuel Terra - (amplie as fotos clicando)

Macaya - Sabaya, 90km

Em 07 de agosto parti de Macaya às 9:10h. A cidade estava adormecida devido às festividades do dia anterior. Agora o caminho era uma trilha onde surgiam camelídeos a todo momento (Lhamas, Alpacas e Vicunhas). Após 07 km, aproximadamente, cheguei ao rio Lauca. O rio tinha uns 30 metros de largura e uns 50 cm de profundidade e fazia tanto frio que nas margens e em alguns pontos do centro havia placas de gelo. Descarreguei minha bike e tive que atravessá-la com a água na altura dos joelhos. De tão fria a água queimava. Tive que fazer esta operação duas vezes, uma para passar a bike e outra para minha bagagem. Mesmo estando à beira de um colapso, continuei o caminho aos pés do cerro Pukintika. Passei pela vila de Queaqueani, Tunari e Tunupa e alguma outra “fantasma". Na verdade, todas estas vilas estavam bastante abandonadas, pois Sabaya, capital da região, estava em festa reunindo todo mundo das outras vilas. Celebravam, provavelmente, alguma virgem ou santo. Pedalei nesse dia 60 km por trilhas e caminhos cheios de areia e pedras, até chegar a um deserto de areia e dunas. Empurrei, empurrei e empurrei mais um pouco já bastante desmoralizado. Providencialmente passou um único carro nesse dia para quem pedi carona para sair desse atoladeiro. Paguei alguns poucos dólares ao motorista e ele me levou até Sabaya. A areia era tanta que paramos umas 5 vezes para desatolar o carro com uma pá, retirando areia dos pneus, abrindo uma espécie de canal para o carro passar. O deserto é de uns 30 km. Em Sabaya me instalei na pousadinha simples da cidade e fui ver a banda passar, uma espécie de carnaval boliviano onde os participantes estavam vestidos a caráter com roupas coloridas e onde tanto os músicos, quanto os dançarinos, estavam completamente embriagados. Fiz várias fotos e depois um dos participantes se aproximou para conversar. Vendo que eu era brasileiro, foi muito hospitaleiro, me oferecendo comida e bebida à vontade.

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